"Já não temos dúvida da revolução que a vida de Jesus realizou em nós depois que, de fato, fizemos uma forte experiência com Sua vida. Lembro de uma antiga canção do Pe. Zezinho em que eu cantava sempre e que diz assim: “Jesus Cristo me deixou inquieto com as palavras que ele proferiu, nunca mais eu pude olhar o mundo sem sentir aquilo que Jesus sentiu”. Esta é uma consequência que perpassa a minha vida e história. Apesar de nossas inconstâncias e infidelidades, bem sabemos, uma vez marcados pela graça de Deus, uma vez tendo sido visitados por aquela luz de Deus que iluminou as trevas da nossa consciência e do nosso coração, podemos até ir pra distante, mas a voz continua a ressoar, permanecemos marcados definitivamente. Assim como acontece misteriosamente com o caráter indelével do sacramento do Batismo, da mesma forma, quando a misericórdia de Deus um dia nos foi tão íntima, marcou-nos para sempre.
Deus nunca nos abandona, ainda que o abandonemos! Deus nunca muda o que pensa de nós, ainda que nossa “cabeça fique moderna”, cheia de doutrinas, conceitos, filosofias e psicologias, e também, cheia de ideias erradas acerca do Seu amor e da religião. Mas é verdade que tudo isto nos dificulta a comunhão porque nós mesmos passamos a julgar que Deus mudou, que a “mão de Deus não é a mesma”, como canta o Salmista. No entanto, Deus não só não muda, como "não nos trata como exigem nossas faltas". O que Deus pensa a nosso respeito permanece mesmo quando os outros desacreditam de nós. Onde quer que estejamos ou façamos, o amor de Deus nos procura, nos deseja, nos chama. O que quer que passemos, o amor de Deus nunca se torna indiferente porque Deus é o primeiro a querer nossa felicidade, Ele é a nossa felicidade. Para voltar é preciso coragem e humildade, sobretudo, acolhida da graça de Deus que está sempre à nossa disposição. Corramos para Deus, pois não há descanso fora do Seu amor, lembra-nos Santo Agostinho. "
Antonio Marcos, missionário na Comunidade de Vida Shalom
Comunidade Católica Shalom